Data de publicação: Sábado, 11/10/2014, 10:29h.
Representantes da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) e da Associação Médica Brasileira (AMB) estarão em Teresina segunda-feira (13) para discutir a judicialização de leitos no Piauí. As entidades viraram os olhos para o estado após dois médicos, um do Hospital de Urgência de Teresina (HUT) e um do Hospital Getúlio Vagas (HGV), terem prisão decretada por não internar pacientes em leitos de UTIs nos dois hospitais.
"Não se pode responsabilizar o médico pela falta de leitos. Sempre que um paciente não consegue um leito em UTI não é porque o médico recusa a internação, mas porque não há leitos disponíveis para esse atendimento e, em alguns casos, não há nem infraestrutura adequada para o atendimento de pacientes com essa complexidade", disse o presidente da AMIB, Fernando S. Dias.
O Conselho Federal de Medicina (CFM) também enviará representante para a reunião, que acontecerá a partir das 14 horas no Conselho Regional de Medicina do Piauí. O ato é em apoio a Sociedade de Terapia Intensiva do Piauí (Sotipi). Fernando Dias ressalta que a falta de leitos em UTIs não é o único problema para a assistência adequada ao paciente. "Há também falta de profissionais devidamente qualificados para o atendimento", disse.
O médico intensivista Kelson Veras, presidente da Sotipi, diz que a solução para o problema de falta de leitos é a união entre órgãos de saúde do Governo Federal, Estadual e Municipal. "A solução deve ser construída, não dá para as autoridades ficarem com promessas. O que não pode continuar acontecendo é estarmos esses anos todos denunciando a falta de leitos de UTI e sermos presos por cumprir a medicina", concluiu.
ENTENDA O CASO - No dia 7 de outubro, os médicos Clériston Moura, diretor técnico do HUT, e Mário Primo da Silva Filho, do HGV, foram ameaçados de prisão após se recusarem a internar dois pacientes em UTIs das duas unidades de saúde. Os médicos alegaram falta de vagas. A decisão do juiz Deoclécio Souza determinava que, caso a liminar não fosse cumprida, o médico plantonista deveria ser detido. No caso do HGV, o paciente foi internado após um óbito na UTI do hospital.
Em contrapartida, outro paciente que aguardava uma cirurgia não pode passar pelo procedimento, já que a vaga que seria sua na UTI foi cedida para cumprir a decisão do juiz. O HUT também conseguiu a vaga para um paciente do Maranhão, evitando a prisão do médico.
Fonte: Cinnara Sales - Jornal Diário do Povo
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