Data de publicação: Sexta, 02/08/2013, 18:12h.
Na manhã desta sexta-feira (02), o Conselho Regional de Medicina do Piauí (CRM-PI), a Associação Piauiense de Medicina (ASPIMED) e o Sindicato dos Médicos do Piauí (SIMEPI) reuniram parlamentares para discutir a Medida Provisória do governo federal 621/2013, que cria o programa Mais Médicos, em tramitação no Congresso.
“Queremos deixar bem claro que médico é trabalhador assalariado. Aquela ideia de que todo médico é rico, isso já passou. Para nós, o melhor programa é o SUS, mas ele está desacreditado, a remuneração é baixíssima. Queremos que os parlamentares entendam a importância dessa discussão”, afirmou o presidente do CRM-PI, Júlio César Ayres, ao abrir o evento. O posicionamento foi reiterado pelo presidente do SIMEPI, Renato Leal.
O presidente da ASPIMED, Salustiano Moura, ressaltou a urgência de mais recursos para a saúde pública e de melhor gerenciamento do SUS. Já o representante dos acadêmicos de medicina, Wilton Filho, falou sobre a importância do Revalida e sobre as expectativas da comunidade acadêmica em relação à carreira e, principalmente, condições de trabalho.
O secretário geral da OAB-PI, Sebastião Júnior, disse que a Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Piauí criou a Comissão de Direito à Saúde para buscar melhorias no setor. “O Revalida é pauta da OAB, para que o Conselho Seccional possa dar seu parecer maduro sobre a ilegalidade ou não da medida”, afirmou.
“Nós temos um patrimônio humano que não podemos perder, que é o médico. E a nossa preocupação é exclusivamente o atendimento à população”, assegurou o secretário estadual de Saúde, Ernani Maia. O gestor destacou o trabalho realizado pelas entidades em relação às questões que envolvem a saúde e citou in memoriam os médicos piauienses José Alencar, Felipe Pádua e Fernando Correia Lima como exemplos de guerreiros das causas médicas.
O senador Wellington Dias, líder do PT no Senado, defendeu o programa Mais Médicos. “Esse não é um problema deste governo, da presidenta Dilma, mas é um problema do Brasil. Falta médico, falta estrutura em alguns lugares e encontramos deficiências na média complexidade. O ruim é o que a gente tem hoje. Não podemos perder esta oportunidade”, disse.
O deputado federal Hugo Napoleão (PSD) frisou que o programa deveria ter sido discutido com as entidades médicas antes das deliberações. “Por isso o governo teve que voltar atrás. Tem que haver discussão prévia, ouvir a sociedade”, pontuou. O deputado federal Júlio César (PSD) apontou a necessidade de acabar com os privilégios de alguns estados para avançar na questão do financiamento da saúde. Para ele, “o que falta é prioridade”.
O prefeito Paulo Martins (PT), que representou a Associação Piauiense de Municípios, revelou que dois terços dos recursos para a saúde do Piauí são destinados para Teresina, que concentra apenas 25% da população. “Pelo que entendi, há pontos contrários em relação à qualidade do médico formado no exterior, mas o Programa Mais Médicos trará R$ 15 milhões para a saúde e é necessário que as entidades médicas reflitam sobre isso e façam com que o governo federal execute isso”, concluiu.
O vice-presidente da Assembleia Legislativa do Piauí, Marden Menezes (PSDB), mostrou-se contrário à Medida Provisória 621. “A MP trata de um problema de extrema complexidade e temo que o assunto não seja suficientemente debatido e traga mais problemas ainda porque o Congresso é em sua maioria ligado ao governo”, alertou.
Por fim, o deputado estadual Francisco Ramos (PSB), que também é médico, lamentou a desvalorização da categoria e salientou que não faltam médicos, mas gestão. O debate também contou com a participação dos vereadores Aluísio Sampaio (PDT) e Teresa Brito (PV).
Fonte: ASPIMED
campanha
Dia do Médico
Comemorações
XXX COMAPI