Data de publicação: Sexta, 14/06/2013, 10:29h.
"O Sistema Único de Saúde (SUS) - modelo assistencial baseado na oferta de assistência universal, gratuita e integral – sofre de um processo histórico de sucateamento por conta do baixo investimento e da falta de uma administração com visão estruturante. Além disso, a dificuldade de acesso ao atendimento, sentido principalmente nas áreas de difícil provimento, não será resolvido com a importação de médicos estrangeiros, mas com a oferta de condições e de estímulos para que os médicos brasileiros ocupem esses espaços."
Essas foram algumas das principais conclusões apresentadas pelo presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto Luiz d’Ávila, em entrevista ao apresentador Jô Soares, na madrugada de quarta-feira (12). Foram quase 40 minutos de conversa, durante os quais o representante dos médicos falou sobre a realidade da assistência na rede pública brasileira, apontou os gargalos e dificuldades enfrentadas pelos pacientes e pelos profissionais, e ressaltou as propostas de soluções já encaminhadas pelo CFM ao Ministério da Saúde e ao Palácio do Planalto.
O espaço aberto no Programa do Jô resultou da reação dos médicos e da população diante de entrevista feita com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, realizada na semana anterior. O apresentador lembrou que a produção recebeu uma enorme quantidade de mensagens com questionamentos sobre dados e fatos apresentados e pediam que fosse ouvido o “outro lado”. De acordo com Jô Soares, a maioria das mensagens sugeriu o nome de Roberto Luiz d’Ávila como porta-voz dos médicos e da população.
“Somos uma tribuna, um espaço democrático”, disse Jô Soares. O presidente do CFM usou os minutos que teve em rede nacional para salientar a preocupação da categoria com os rumos adotados para o SUS e salientar o interesse e a disposição em ocupar postos de trabalho no interior e nas periferias, desde que sejam oferecidas infraestrutura de trabalho (instalações dignas, equipamentos, insumos), apoio de equipe multiprofissional, um plano de carreira (com previsão de progressão funcional e educação continuada) e remuneração digna.
“Defendemos a criação de uma carreira de Estado para o médico brasileiro. Essa é uma saída concreta para o problema da falta de assistência em alguns locais do país”, ressaltou Roberto d’Ávila. Após a entrevista, o apresentador Jô Soares demonstrou perplexidade com o cenário apresentado e cobrou mudanças que realmente tragam melhorias para pacientes e profissionais. Segundo ele, uma forma de resolver definitivamente o problema do SUS seria obrigar os políticos a se tratarem nos hospitais públicos.
O programa foi ao ar no dia 12 de junho, a partir de 00h50, pela Rede Globo. No domingo (15), devem ser exibidos trechos em programa do canal GNT (a cabo), onde se faz a síntese das principais entrevistas da semana.
Fonte: CFM
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