Data de publicação: Sábado, 23/02/2013, 16:45h.
O número de médicos em atividade no Piauí chegou a 3.297 em outubro de 2012, segundo revela o estudo lançado recentemente pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), em Brasília. Com taxa de 1,05 profissional por 1.000 habitantes, o estado se posiciona abaixo da média nacional, ocupando o vigésimo primeiro lugar em números absolutos de médicos registrados em todo o país (388.015) e a vigésima quarta posição em termos proporcionais. Apesar disso, 96% destes profissionais se concentram na capital e 75,7% deles atuam no Sistema Único de Saúde (SUS).
No Piauí, também se destaca a desigualdade percebida entre a capital e os municípios do interior do Estado. Os dados divulgados mostram que 2.317.850 piauienses moradores de cidades interioranas são assistidos por 135 médicos. Nesse conjunto de municípios, a razão médico/habitante fica em 0,06. Por outro lado, a população da capital tem um índice de 3,85 médicos por 1.000 habitantes.
As informações constam no segundo volume da pesquisa Demografia Médica no Brasil: Cenários e indicadores de distribuição, desenvolvida em parceria entre CFM e Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp). O estudo, que aponta distorções severas na distribuição de médicos pelo país, reforça a preocupação das entidades médicas com as condições para o exercício da medicina, especialmente no interior dos estados.
Para os conselhos de Medicina, o Brasil é um país marcado pela desigualdade no que se refere à concentração de médicos. A população médica brasileira, apesar de apresentar uma curva constante de crescimento, permanece mal distribuída pelo território nacional. Embora cerca de 48,66 milhões de brasileiros tenham acesso a planos de assistência médico-hospitalar (ANS, 2012), o SUS atende constitucionalmente toda a população, inclusive nas ações de promoção, vigilância, assistência farmacêutica, urgência, emergência e alta complexidade.
Nos dados de médicos do SUS, o estudo Demografia Médica faz ressalvas: há falhas na alimentação das bases e médicos em regimes de plantão e terceirizados podem não constar do cadastro nacional, subestimando o número de profissionais que trabalham no SUS. Além disso, a unidade “médico do SUS” é complexa, pois existem diferenciais de especialidade, produtividade, idade, gênero, número de vínculos e carga horária dedicada ao serviço.
Pelos registros do CNES, há razão é de 1,11 médico que atende SUS por 1.000 habitantes, contra uma razão de 2 por 1.000 para o conjunto dos profissionais registrados. “Para um sistema de saúde público e universal, mesmo diante das limitações das bases de dados do CNES, pode-se dizer que é insuficiente a presença de médicos no SUS”, aponta o levantamento.
Fonte: CRM-PI
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