Data de publicação: Quinta, 27/12/2012, 19:07h.
Após o protesto nacional dos médicos, que revelou uma série de problemas na saúde suplementar, o Congresso Nacional reabriu o debate sobre a situação dos planos de saúde no país. Durante audiência pública realizada nesta terça-feira (30), diversos segmentos do setor discutiram formas de assegurar os direitos dos usuários dos planos, que apesar de pagarem pelo serviço nem sempre conseguem a cobertura devida.
O encontro foi promovido pela Comissão de Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) em conjunto com a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado. O 2ºvice-presidente do CFM, Aloísio Tibiriçá, apresentou dados e alertou para um possível estrangulamento da rede assistencial oferecida pelas operadoras.
Durante o audiência, Tibiriçá também entregou ao presidente da CMA, senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), um dossiê com reportagens, pesquisas e estudos que confirmam a insatisfação entre os médicos que atendem os convênios e a população que faz uso destes planos. “O que queremos é caminhar para um novo patamar de relacionamento com as operadoras e com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), porque com o nosso paciente, o relacionamento nunca mudou”, concluiu.
Também foram ouvidos representantes da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Secretaria Nacional do Consumidor, Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde, Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional e da Associação Brasileira de Medicina de Grupo.
SUSPENSíO DOS PLANOS - A qualidade dos serviços prestados pelos planos de saúde também foi debatida nesta terça-feira, na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), que recebeu o diretor-presidente da ANS, Mauricio Ceschin. No início de outubro, a Agência suspendeu por três meses a venda de 301 planos, de 38 operadoras que administram os serviços. A medida foi tomada novamente por descumprimento de prazos estabelecidos para atendimento médico, realização de exames e internações.
“Se a operadora não está conseguindo atender aos beneficiários que ela já tem, ela não pode incorporar novos beneficiários para causar o mesmo problema. Então o efeito de suspensão da comercialização daquele plano tem o fito de que ela tenha o que chamamos de uma parada estratégica para poder organizar sua rede de atendimento, credenciar mais médicos e serviços e adequar sua rede ao número de beneficiários que ela já possui”, argumentou o presidente da ANS.
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