17/12/2013 - 10h58 | Atualizado em 17/12/2013 - 11h00
Por Antonio Celso Nunes Nassif - doutor em Medicina pela Universidade Federal do Paraná e ex-presidente da AMB
"As formigas reunidas derrubam um leão"
Levanta-te médico, porque este é um momento difícil e de reflexão; envolve sonhos e conquistas; hombridade e dignidade; Homens e homens. Não importa se és ou não corajoso, contanto que sempre combatas como se o fosses: a verdadeira coragem é, por vezes, uma opção.?
Iniciava assim, em maio de 1991, uma mensagem, por mim dirigida aos médicos de todo o Brasil atingidos pelos vários congelamentos de preços e serviços, acuados pelo governo e pelos diversos planos de saúde impedindo que sua entidade representativa nacional (AMB) continuasse atualizando os valores de honorários médicos por serviços prestados com base em sua Tabela (THM-e-CH).
A luta pelo direito de estabelecer honorários médicos tornava-se difícil considerando a diferença de força e poder do outro lado. Ameaças, processos, portarias ministeriais tumultuavam ainda mais a crise. Mesmo assim, a AMB, na qual eu exercia a Presidência, não recuou, enfrentando a tudo e a todos mostrando que esse direito era sagrado em todas as profissões e exigia respeito à dignidade do médico. Era preciso, pois, chegar a todos os esculápios uma forma de encorajá-los e darem o apoio necessário que precisávamos.
Mais adiante, nesse caminho, a mensagem enfatizava: ?Levanta-te médico, sai desse individualismo e dá tua parcela de contribuição para que juntos possamos vencer mais esta batalha: não nascemos fortes, tornamo-nos fortes. Dize que não te vendes por qualquer preço; que tens o direito de estabelecer valores para teu trabalho; que defendes a tua Tabela de Honorários, pois, te valoriza e dignifica.
Como acontece, ainda hoje, a desunião da classe médica é fato lamentável. Tantos anos se passaram e nós não aprendemos a lutar e reivindicar como fazem os metalúrgicos, que a um simples sinal de mobilização, os patrões procuram de imediato um acordo formal.
Analisando estes fatos, o saudoso cirurgião mineiro Júlio Sanderson de Queiroz costumava dizer: a diferença está na base dos metalúrgicos: praticamente, todos têm a mesma base familiar e econômica. Desta forma, acrescentava o cirurgião ?eles são unidos, mesmo em se odiando?.
E os médicos? Ah! Dizia ele. Não existe esse fato significativo: uns têm suas origens da classe A; outros da B; outros ainda da C. Muitos são filhos de empregados em lojas, bares, segurança pública, supermercados, etc., e lutam com muita dificuldade. Por isso, dizia o cirurgião: ?eles são desunidos mesmo em se amando. Minha mensagem termina fazendo um apelo aos médicos brasileiros. ?Levanta-te médico, combate com vigor e decisão aqueles que usam o teu trabalho com objetivo de lucro; não deixe que teus olhos sejam cegos, teus ouvidos não escutem e tua boca se cale diante das forças poderosas e aéticas que tentam subjugar-te e a toda classe médica. Exige que tua profissão seja respeitada como merece; mostra a todos que apesar de não teres salários justos e condições ideais de trabalho és capaz de exercê-la com honra e dignidade.? Para ser atual, esta mensagem, não precisa dizer mais nada.
* Publicado originalmente no Portal do CFM no dia 10 de Dezembro de 2013
Em certos momentos o cenário que se apresenta é semelhante ao dos campos de guerra.
Aquele choro que tanto nos comoveu é o mesmo choro de muitos em quaisquer emergências e hospitais públicos do Brasil.
Diante da falta de vontade política do Governo de melhorar o atendimento, quem não estaria interessado em pagar pelo sonho de uma boa assistência?
Ocultando a verdade e distorcendo os fatos, a presidente tenta, desesperadamente, contabilizar os últimos dividendos do investimento eleitoral.